De tempos

Aquele tempo empreendido soava como perdido. Perdido dentro de uma mente que pulsa vagarosa, que temor se fez prosa; perdida em si mesma. Foi um encontro o que vivera, esquecera que também necessitava viver. Este encontro tão fortuito, intenso por momentos, dolorido por outros tantos. Tinha sido entregue ao acaso, mas que descaso pode cometer! Ao ler promessas em livros, quisera renascer. Mas o espelho não configurava coisa alguma, era dia e se fizera noite escura. As olheiras não conhecidas, as marcas transcendendo a imagem, uma imago distorcida. O adaptado construído. O perfeito elo entre si não tinha significado, se perdera. O passado estremecia. Praticava a fantasia de reviver o não vivido por diversão. Ou medo do iminente fracasso; fraca em seu ego. Perto de si voltar a estar, o engano como modus vivendi. Um campo de rosas e sangue. Tolerava sua ansiedade e agora ela a era. O cansaço por ser coisa nenhuma nunca esteve tão premente. Coisa nenhuma de dona. Havia esquecido que sua fixação anal lhe marcava, como um projétil a movimentar os pensamentos, um misto de dor e prazer. Perdera-se. Era o que dizia. Mas o universo tinha outra resposta. Tentava perder-se em seu mundo. Perdera-se.
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