Espelho


 

Ao chegar a noite seus passos se aconchegavam e era presente os olhos negros brilhantes em um ambiente anteriormente inóspito. Despia vestes, mas o que se via era um menino em uma enorme sala, um menino a brincar com seus novos brinquedos que até então desconhecia. Balbuciava palavras sem compreender sua intensidade, diferença já não havia entre mundos tão distantes.

Foi quando percebi os velhos sentimentos, calejados pelo tempo e pela falta de tato, a pintarem uma tela ante meus olhos. Caminhava em um curto espaço onde pensamentos viviam longe e quantos anos passaram para que me lembrasse da antiga sensação, foram os anos todos deste menino, uma vida.

Tirei o casaco e o deixei sair. O sorriso dos vinte e poucos anos e que saudade do menino que em mim viveu.


 

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