insiquisidor inquisidor inquisidor


Sou o verbo inquisidor, a palavra descascada, o sopro do adeus, a lembrança do presente, a distância que permance. Saboreio o meu veneno, pulsante e doce, delírios me acompanham. Possuo o eu duplo, a paranóia, psicose degradante. E corro de mim feito sombra de um corpo estranho; luz não encontro, tomo goles amargos da embriaguez por entorpecentes que produzi. Ouço discursos nos corredores, estou preso à mim, grito alto e não me faço ouvir, terei voz? Sou perseguido e perseguidor, caça e presa, doença e cura, me encontro destituído de verdade. A face esguia é o sustentáculo do copo de cinzas que tomo em soluções dramáticas; enfrento a lacerante dor de estar em um corpo perigoso. Estar em busca do inaceitável, do preocupante, do finito. Em um discurso progressivo e degenerativo, escondo o verídico em detrimento do somático. Insanidade que convém, a quem, insanidade que convém.
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